Após
assembleias individuais com motoristas e cobradores de cada uma das sete
empresas de ônibus de Natal na manhã desta quarta-feira, 16, a direção do
Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte
(Sintro) decidiu manter a greve dos ônibus da capital e região metropolitana.
Segundo a vice-diretora do sindicato, a cobradora Maria da Paz Dantas, os
trabalhadores se mantém “irredutíveis e não vão trabalhar” enquanto os
empresários de ônibus não oferecerem uma proposta que agrade a categoria.
Nas garagens das empresas, os trabalhadores continuam reunidos, mas por
euquanto a Polícia Militar desmente que haja tumulto, como foi divulgado nas
redes sociais. Os rodoviários paralisaram as atividades desde a segunda-feira,
14, e pedem um reajuste de 14,13%. Inicialmente o Sindicato das Empresas
Transportadoras de Passageiros do Município do Natal (Seturn) ofereceu apenas a
reposição da inflação, 4,88%, mas ontem disse ao procurador José Diniz de
Morais, do Ministério Público do Trabalho (MPT), que poderia oferecer reajuste
de 6% no salário e mais 6% nos vales-alimentação.
Aparentemente a meta é frota zero. Segundo o Sintro, os motoristas e cobradores
do turno A (manhã) recusaram a proposta. “Já passamos em todas as sete garagens
e a categoria está unânime. E eles também não querem acatar a decisão judicial
de colocar frota mínima”, disse a vice-diretora Maria da Paz, nse referindo à
decisão da justiça do trabalho de funcionamento de 70% da frota em horários de
pico, e de 50% nos outros horários.
Como
os trabalhadores se mantém irredutíveis, e até mesmo intimidando os colegas de
trabalho que desejam trabalhar, o desembargador José Rêgo Júnior, do Tribunal
Regional do Trabalho (TRT) determinou ontem o bloqueio da conta do Sintro para
garantir o pagamento da multa diária de 25% pelo descumprimento da decisão
judicial. Da Paz também disse que já foi solicitado à justiça o pedido de
prisão do diretor do Sintro, Nastagnan Batista, mas até agora não houve o
cumprimento dessa medida.
Natalenses
adaptam rotina
Pelo
menos 450 mil natalenses estão prejudicados com a paralisação. Somados aos
passageiros da região metropolitana, o total chega a 600 mil usuários do
transporte coletivo. Com poucas opções para se deslocar, os natalenses
adaptaram sua rotina à greve dos ônibus. Uma das soluções encontradas por
estudantes foram as redes sociais. Um grupo foi criado no Facebook com nome
“Carona”, e reuniu pessoas que se dispuseram a levar amigos ou conhecidos. Na
manhã de ontem, por exemplo, havia vagas em carros de passeio de Capim Macio ao
Campus Universitário, de Ponta Negra ao Alecrim e do shopping Via Direta ao
centro da cidade.
Já
os trabalhadores do comércio e dos serviços foram beneficiados pelas empresas
que se dispuseram a buscar os funcionários em casa e ir deixá-los, ao final do
expediente. "Eu entendo a situação do funcionário, sei que ele não pode ir
trabalhar, e eu mesmo vou pegá-los na Zona Norte", disse o dono de uma
churrascaria em Ponta Negra. Fonte: DN Online
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