quinta-feira, 17 de maio de 2012

"De hoje não passa", diz desembargador, sobre fim da greve de rodoviários

"De hoje não passa. Se for preciso, além da polícia, chamaremos o Exército ou outras forças armadas, mas a cidade não pode permanecer dessa forma". Foi esse o recado do desembargador José Rêgo Júnior, presidente em exercício do Tribunal Regional do Trabalho, que preside audiência de conciliação que acontece nesse momento na sede do TRT, em Lagoa Nova, entre o Seturn e o Sintro, respectivamente o sindicato dos empresários e dos rodoviários. A greve já dura quatro dias, e prejudica 450 mil natalenses.

O desembargador frisou os prejuízos causados pela paralisação dos ônibus, destacando que não foi cumprida a decisão judicial de colocar 70% da frota nos horários de pico, e de 30% nos outros horários. "Na hora em que coloca em xeque a sociedade e a justiça, vocês estão colocando em xeque o direito de vocês mesmos", frisou Rêgo Júnior. "Já fui franco com as duas partes. Proponho o que já foi solicitado pelo Ministério Público do Trabalho. Um reajuste de 8% e que a frota volte a operar normalmente. O vale-alimentação seria analisado no dissídio coletivo".

Caso na audiência entre TRT, Seturn e Sintro não haja um consenso, o desembargador já convocou sessão extraordinária do pleno do TRT, para julgar o dissídio, ou seja, a legalidade da greve dos rodoviários de Natal e região metropolitana.


Antes da audiência, os empresários sinalizaram que vão atender ao que for determinado pela justiça trabalhista. De acordo com o coordenador jurídico do Seturn, Augusto Costa Maranhão Vale, os empresários estão dispostos a acatar a decisão. "Ordem judicial não se discute, se cumpre. É dever de todo cidadão respeitar as leis que a justiça impõe", declarou. "Estamos torcendo pelo fim da greve. As empresas não têm interesse nenhum que a população seja prejudicada".

Nas ruas de Natal, os ônibus circulam apenas com a frota emergencial de 30%. As empresas de ônibus deixam de faturar, por dia, R$ 500 mil.

Por parte do Sintro, a intenção é levar a proposta à categoria. "Hoje contamos com apoio da Polícia Militar, que esteve nas garagens. Não houve tumulto e a frota mínima está nas ruas circulando. Flexibilizamos a greve porque, finalmente, os empresários mudaram a proposta, ao invés de 4,88% de reajuste, propuseram 6%. Só que a categoria ainda acha insuficiente", disse o presidente do Sintro, Nastagnan Batista.

Na audiência, eles também solicitam ao desembargador a reparação dos prejuízos ao sindicato dos rodoviários. "Vamos pedir que eles não cortem o ponto dos dias parados, e que seja retirada a multa diária, além do pedido da minha prisão, que foi solicitada", colocou Nastagnan. Fonte: DN Online

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