"De
hoje não passa. Se for preciso, além da polícia, chamaremos o Exército ou
outras forças armadas, mas a cidade não pode permanecer dessa forma". Foi
esse o recado do desembargador José Rêgo Júnior, presidente em exercício do
Tribunal Regional do Trabalho, que preside audiência de conciliação que
acontece nesse momento na sede do TRT, em Lagoa Nova, entre o Seturn e o
Sintro, respectivamente o sindicato dos empresários e dos rodoviários. A greve
já dura quatro dias, e prejudica 450 mil natalenses.
O
desembargador frisou os prejuízos causados pela paralisação dos ônibus,
destacando que não foi cumprida a decisão judicial de colocar 70% da frota nos
horários de pico, e de 30% nos outros horários. "Na hora em que coloca em
xeque a sociedade e a justiça, vocês estão colocando em xeque o direito de
vocês mesmos", frisou Rêgo Júnior. "Já fui franco com as duas partes.
Proponho o que já foi solicitado pelo Ministério Público do Trabalho. Um
reajuste de 8% e que a frota volte a operar normalmente. O vale-alimentação
seria analisado no dissídio coletivo".
Caso
na audiência entre TRT, Seturn e Sintro não haja um consenso, o desembargador
já convocou sessão extraordinária do pleno do TRT, para julgar o dissídio, ou
seja, a legalidade da greve dos rodoviários de Natal e região metropolitana.
Antes
da audiência, os empresários sinalizaram que vão atender ao que for determinado
pela justiça trabalhista. De acordo com o coordenador jurídico do Seturn,
Augusto Costa Maranhão Vale, os empresários estão dispostos a acatar a decisão.
"Ordem judicial não se discute, se cumpre. É dever de todo cidadão
respeitar as leis que a justiça impõe", declarou. "Estamos torcendo
pelo fim da greve. As empresas não têm interesse nenhum que a população seja prejudicada".
Nas ruas de Natal, os ônibus circulam apenas com a frota emergencial de 30%. As
empresas de ônibus deixam de faturar, por dia, R$ 500 mil.
Por
parte do Sintro, a intenção é levar a proposta à categoria. "Hoje contamos
com apoio da Polícia Militar, que esteve nas garagens. Não houve tumulto e a
frota mínima está nas ruas circulando. Flexibilizamos a greve porque,
finalmente, os empresários mudaram a proposta, ao invés de 4,88% de reajuste,
propuseram 6%. Só que a categoria ainda acha insuficiente", disse o
presidente do Sintro, Nastagnan Batista.
Na
audiência, eles também solicitam ao desembargador a reparação dos prejuízos ao
sindicato dos rodoviários. "Vamos pedir que eles não cortem o ponto dos
dias parados, e que seja retirada a multa diária, além do pedido da minha prisão,
que foi solicitada", colocou Nastagnan. Fonte: DN Online
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