quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

UNP inaugura o primeiro Hospital Simulado do Norte e Nordeste

Do DN Online

Já imaginou realizar uma cirurgia em um robô e utilizar pinturas para representar orgãos? Esse poderia ser o cenário de um filme futurista, mas essa realidade já existe e chegou ao Rio Grande do Norte. Considerado o maior do Brasil e o único do Norte e Nordeste, o Hospital Simulado, instalado pela Universidade Potiguar (UnP) utiliza-se de robôs para representar situações de pacientes comuns, porém as novas tecnologias não substituem os procedimentos convencionais como uso de cadavéres ou bonecos de resina. O projeto do hospital custou cerca de R$ 15 milhões distribuidos entre equipamentos e a formação dos professores.

A nova estrutura elaborada pela Universidade Potiguar (UnP) conta com quatro leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), sendo dois para uso geral, um pediátrico e um neonatal. Os leitos são dotados de equipamentos informatizados e os procedimentos adotados durante as aulas utilizam-se de um programa de computador específico, onde as operações se assemelham às da vida real.

Durante um procedimento médico realizado no hospital simulado, os professores programam as reações e as doenças que podem acometer os robôs. Os alunos devem agir diante das situações programadas como choros, gemidos, tremores e até sangue artificial, sendo possível criar situações reais com os seres mecânicos. Caso os procedimentos sejam realizados corretamente, o "robô-paciente" volta ao estado normal. Caso o aluno não obtenha êxito, a situação do "paciente" pode se agravar e levar a morte.

Apesar do grande investimento em novas tecnologias, o uso de atlas, bonecos e cadáveres em sala de aula não serão substítuidos, afirmou o professor Carlos Moura, diretor do curso de Ciências Biológicas. Ele ressaltou que os novos equipamentos favorecerem o aprendizado, porém, é necessário que os alunos continuem utilizando os cadáveres na sua formação, treinando suas habilidades e conhecendo melhor o corpo humano. "A atividade funcionará como uma metodologia intermediária, de transição entre o real e o ficcional".

A professora Brenda Justiz, diretora do curso de Enfermagem da Unp e responsável pelo Hospital Simulado da Escola de Saúde, informou que a proposta é trazer mais informações ao aluno e evoluir o grau de complexidade das atividades práticas. Ela ressalta que inicialmente os alunos da área biomédica iniciam a sua formação através do conhecimento das especificidades do corpo humano, em seguida treinam as suas habilidades e por fim é que chegam até a etapa do hospital simulado. "Todas as atividades são filmadas e discutidas em sala de aula". Além das salas de UTI, o Hospital Simulado conta também com um centro cirúrgico, uma sala de enfermagem e quatro consultórios médicos.

O professor Fábio Purificação, coordenador do hospital, explicou que no local existe também um setor de enfermaria que conta com oito leitos com serviços de clínica médica e cirúrgica. Além dos robôs, a enfermaria utiliza-se de pacientes estandardizados, um tipo de paciente que representa o papel de um doente real, com uma patologia específica. Associado a interpretação, os alunos utilizam-se da técnica de body painting, pintura artística corporal utilizada para representar partes do corpo. "Os simuladores seguem um roteiro pré-estabelecido para cada atividade desenvolvida. Em cada situação, os professores programam as reações e sensações dos robôs onde é possível fazer com que o robô chore, transpire, sangre e até possa receber medicamento"

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