terça-feira, 6 de março de 2012

Estudo revela que exercícios podem mudar o DNA

Se você acha que não pode fazer nada para mudar seu DNA, de alguma forma, está errado. Pesquisadores que publicam um artigo na edição de março da revista "Cell Metabolism" descobriram que quando homens e mulheres saudáveis mas sedentários fazem exercícios por alguns minutos, acontece uma mudança imediata em seu DNA. Talvez ainda mais impressionante, o estudo sugere que a cafeína que você consome no café da manhã também pode influenciar o músculo essencialmente da mesma forma.

O código genético subjacente no músculo humano não é modificado com o exercício, mas as moléculas de DNA nesses músculos são quimicamente e estruturalmente alteradas de formas muito importantes. Essas modificações no DNA em locais precisos parecem ser os primeiros eventos da reprogramação genética do músculo para a força e, em última instância, nos benefícios estruturais e metabólicos do exercício.

- Nossos músculos são realmente plásticos - diz Juleen Zierath, do Karolinska Institutet, na Suécia. - Nós geralmente dizemos "você é o que você come". Bem, os músculos se adaptam ao que você faz. Se você não os usa, você os perde, e este é um dos mecanismos que permitem que isso aconteça.

As mudanças em questão no DNA são conhecidas como modificações hipergenéticas e envolvem o ganho ou a perda de marcadores químicos no DNA ao longo e acima da seqüência familiar de As, Gs, Ts, e Cs. O novo estudo mostra que o DNA dentro do músculo esquelético retirado de pessoas depois de uma explosão de exercícios tem menos marcas químicas (especificamente o grupo metil) do que possuía antes do exercício. Essas mudanças acontecem em trechos de DNA que são envolvidos em genes de acionamento importantes para a adaptação dos músculos ao exercício.

Quando os pesquisadores fizeram os músculos se contraírem em laboratório, eles viram uma perda similar de grupos metil de DNA. A exposição de músculo isolado à cafeína teve o mesmo efeito.

Zierath explicou que a cafeína provoca um efeito semelhante à contração muscular que acontece com o exercício de outras maneiras também. Ela não necessariamente recomenda que ninguém beba uma xícara de café em vez de se exercitar. No entanto, é tentador pensar que os atletas que combinam o café com seu treino podem ter algum benefício.


As descobertas oferecem mais evidências de que nossos genomas são muito mais dinâmicos do que acreditamos que eles são. Modificações hipergenéticas que acionam genes e e os fazem voltar ao que eram podem ser eventos incrivelmente flexíveis. Eles permitem que o DNA em nossas células se ajustem conforme o ambiente muda.

- Exercício é medicina - diz Zierath, e parece que os meios para alterar os nossos genomas para ter uma melhor saúde podem ser uma simples corrida.
E para aqueles que não podem se exercitar, as novas descobertas podem apontar caminhos para medicamentos (cafeinados, talvez?) com benefícios similares. Fonte: Diário de Natal

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