quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Movimentos sociais e Polícia Militar entram em confronto


Deveria ter sido um ato pacífico e ordeiro contra atos de corrupção e a favor de melhorias sociais, mas a desordem partiu justamente de quem deveria zelar pela segurança. De acordo com manifestantes que se reuniram ontem à tarde para recepcionar os vereadores da Câmara Municipal do Natal, após recesso dos trabalhos legislativos, policiais militares teriam agido com truculência e até dado voz de prisão a alguns membros de uma manifestação organizada pelas redes e mídias sociais, que reuniu cerca de 300 pessoas em frente à sede do poder legislativo municipal. "Eu estava pintando um cartaz no chão quando fui violentamente abordado por um policial, que me empurrou contra o chão e jogou spray de pimenta em meu rosto", afirma o estudante da UFRN Armênio Brito. "Foi quando outros manifestantes partiram para cima do policial e a confusão ficou generalizada. De início, era apenas uma única viatura; depois surgiram outras 14", frisou.


Para o artista popular Rodrigo Bico, que enfrentou a ação da polícia, os manifestantes fizeram um cerco e se abraçaram, sentados ao chão, evitando que alguns membros do ato fossem levados presos. "Mesmo assim, sofremos chutes, socos, spray de pimenta e até agressões com cassetetes. Mas, pela pressão popular, os policiais recuaram, inclusive, várias viaturas foram embora, restando no local umas cinco", disse Bico, acrescentando que os militares estavam sem identificação no uniforme. Um dos manifestantes que chegou a receber voz de prisão foi Bruto Costa, militante político. "Quando vi o policial agredindo as pessoas e tentando prendê-las, imediatamente o chamei de 'marginal'. Ele fez uma foto minha de seu celular e, em reação, também fiz uma foto dele. Ele tentou pegar meu aparelho e quis me levar preso alegando desacato a autoridade, mas foi impedido pelo coletivo", destacou.
 
Soraya Godeiro, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), uma das muitas entidades de classes presentes no ato, repudiou a ação da PM. "Enquanto a sociedade está amedrontada, com fugitivos à solta e motoristas de ônibus sendo assaltados, vemos um enorme contingente de policiais reprimindo um ato pacífico, formado por movimentos dos mais diversos que querem apenas cobrar seus direitos. Fico indignada e essa atitude só mostra que o papel da PM é de repressão e não proteção", ressaltou. Segundo Soraya, diversas são as reivindicações da sociedade em cobrança aos parlamentares. "Nós, por exemplo, cobramos da prefeita a database dos servidores municipais, que visa evitar o congelamento do salário base. "A nossa database é em março, é Lei e, portanto, tem que ser cumprida", frisou. De acordo com um dos membros, um funcionário do Sinsenat fez exame de corpo de delito ainda ontem, após sofrer agressão com cassetetes. Fonte: Diário de Natal

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